Rio 58, o aguardado CD-solo do produtor, arranjador e multi-instrumentista Roberto Coelho.

Resultado do trabalho de um músico que já ouviu o que há de melhor na música brasileira – de Tom Jobim a Novos Baianos, passando por João Gilberto, Chico Buarque, Milton Nascimento e Gilberto Gil – e, ao mesmo tempo, sempre atualizado com as novidades da música eletrônica e do mundo – Rio 58 é um retrato das sonoridades brasileiras que se misturam finamente o pop internacional.

O resultado? Um repertório, quase integralmente composto pelo produtor, com cara internacional e atemporal. Não dá para dizer onde o disco foi gravado, nem de onde são as cantoras, mas não restam dúvidas de sua qualidade e criatividade.

Como afirma o talentoso compositor e músico mineiro, “Em 98, entrei para a banda da Daúde e fiz turnê por vários países, apresentando-me em festivais muito importantes. O contato com novas culturas e estilos, como, a música da Ásia, África, Oceania, Europa e América Latina me ajudou na elaboração de um estilo próprio”.

Casamento bem-sucedido entre sonoridade acústica – um espetacular naipe de sopros, percussão, piano, baixo e violão –, elementos eletrônicos – guitarras e sintetizadores analógicos – e delicadas interpretações femininas dão ao disco uma textura única.

O conceito do CD é de uma onda. Começa com o cartão-postal Rio 58, uma vinheta de abertura que cumpre muito bem o papel de situar tempo e espaço, com sons de mar, garças e um sample do célebre Agostinho dos Santos. Logo depois vem When You Say, cantada por Olívia, e Mensagem, conduzida por Bel Garcia. Duas músicas leves e gostosas como o começo de uma onda.